Avaliação do Perfil Sensorial de uma Criança Autista na Clínica de Psicomotricidade

Avaliação do Perfil Sensorial de uma Criança Autista

A avaliação das capacidades psicomotoras de uma criança autista na clínica de psicomotricidade requer uma abordagem sensível e adaptada às características individuais dessa população. Aqui estão algumas diretrizes gerais que os profissionais podem seguir ao avaliar uma criança autista. Esses pontos são essenciais, a meu ver, Leonardo Leblond Miranda, para se aproximar de uma avaliação psicomotora de qualidade.

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O « antes » das sessões de psicomotricidade

  1. Observação direta:
    • Realize uma observação cuidadosa do comportamento motor da criança durante as atividades na clínica. Observe a coordenação motora fina e grossa, a postura, o equilíbrio e outras habilidades motoras relevantes. Uma avaliação qualitativa, geral e espontânea das capacidades da pessoa em relação ao seu quotidiano.
  2. Entrevista com os pais/cuidadores:
    • Converse com os pais ou cuidadores para obter informações sobre o histórico de desenvolvimento motor da criança, comportamentos motores em casa e possíveis desafios enfrentados no dia a dia. O olhar dos « próximos » é muito importante neste processo, mas a atenção tem que ser voltada na criança, independente da opinião desses mesmos.
  3. Anamnese completa:
    • Realize uma anamnese completa, incluindo informações sobre marcos do desenvolvimento, histórico médico, intervenções anteriores e outras questões relevantes. Uma anamnese de qualidade deve seguir a evolução psicomotora da criança, até os primeiros sinais e/ou comportamentos « suspeitos » da criança.

Sessão propriamente dita

  1. Avaliação do tônus muscular e postura:
    • Avalie o tônus muscular da criança e observe a sua postura. Crianças autistas podem apresentar diferenças no tônus e na postura que podem impactar as habilidades motoras. São as primeiras avaliações a serem realizadas mediante exercícios guiados e coordenados, implicando a relação e o contato « tato » do psicomotricista e criança.
  2. Testes padronizados adaptados:
    • Utilize testes de desenvolvimento motor padronizados, adaptando-os conforme necessário para atender às necessidades específicas da criança autista. Considere testes que levem em conta as características sensoriais e comportamentais associadas ao autismo. Atualmente, para quantificar as capacidades psicomotoras existem alguns testes interessantes protocolizados e outros em desenvolvimento.
  3. Avaliação sensorial:
    • Considere a avaliação sensorial para entender as preferências e aversões sensoriais da criança. Isso pode incluir sensibilidades táteis, auditivas, visuais e propriocetivas, que podem influenciar as atividades motoras. Existem instrumentos de avaliação multissensoriais que medem o impacto da apreciação sensorial da criança.

A continuidade da avaliação

  1. Observação do comportamento social:
    • Avalie como a criança se envolve em interações sociais durante as atividades motoras. Observe a capacidade de seguir instruções, interagir com os outros na clínica e participar de atividades em grupo. Se possível, tente observar a criança no seu quotidiano. Por vezes o diagnóstico do autismo pode ser confundido com outros transtornos sensoriais. O comportamento social também pode ser medido por meio de testes, mas o que está em jogo, neste caso, é a qualidade das relações da criança.
  2. Registro sistematizado:
    • Mantenha um registro detalhado das observações, comportamentos, reações e conquistas da criança durante as sessões de psicomotricidade. Isso ajudará a monitorar o progresso ao longo do tempo. Atenção aos objetivos « fantasmas » que pode-se colocar no possível alcance e desenvolvimento psicomotor da criança. Trace objetivos coerentes e concretos cruzando a evolução das aquisições das capacidades psicomotoras das crianças com os seus objetivos nas sessões da clínica.
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  1. Colaboração interdisciplinar:
    • Trabalhe em colaboração com outros profissionais, como terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos, para obter uma compreensão abrangente das necessidades da criança e planejar intervenções integradas. A psicomotricidade clínica é mais forte quando complementada por outras profissões » outros olhares ».
  2. Abordagem centrada na criança:
    • Adote uma abordagem centrada na criança, respeitando as suas preferências, ritmo e necessidades individuais. A flexibilidade e a adaptação são fundamentais na avaliação de crianças autistas. 4 sessões são o mínimo para uma observação qualitativa da criança e soma se a mais horas de observação quotidianas, redação e troca multidisciplinar.

Conclusão

Avaliação do Perfil Sensorial de uma Criança Autista

Lembrando que cada criança é única, e as estratégias de avaliação devem ser personalizadas para atender às necessidades específicas de cada indivíduo autista. Além disso, a avaliação deve ser um processo contínuo, permitindo ajustes conforme a criança progride. A regularidade que eu utilizo aqui na França é de uma avaliação psicomotora por ano. Nos casos mais « severos » a avaliação é feita a cada dois anos.

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Agradeço por essa leitura,

Leonardo Leblond Miranda

Psicomotricista Francês – Mestre em Psicomotricidade – Formador e professor universitário em duas universidades francesas (Bordô e Paris).

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